RETROSPECTIVA CULTURAL 2015 – PARAUAPEBAS

Veja o que rolou

RETROSPECTIVA CULTURAL 2015 – PARAUAPEBAS

Por Ivan Oliveira

O ano está chegando ao  fim e tá na hora de fazermos nossa retrospectiva cultural do que rolou em 2015 em Parauapebas, vamos nos ater aqui às ações independentes promovidas por artistas e produtores culturais da cidade.

O ano de 2015 foi marcado por uma crise econômica no país, Parauapebas também sofreu com a queda no valor da exportação do minério de ferro, que afetou diretamente a vida econômica da cidade, e quando os cortes vieram, advinha que foi o primeiro da lista? Sim, ela mesma, a cultura. Se já é difícil com o pouco incentivo ao fomento da produção cultural no município, quer seja pelo poder público ou pela iniciativa privada, imaginam quando o pouco ainda sofre cortes! Porém, é da natureza do povo brasileiro ser criativo diante das dificuldades, e contrariando as previsões, esse ano foi um dos mais produtivos para a cena cultural da cidade.

Vamos aos fatos:

MÚSICA

Sem dúvida esse foi o ano da música em Parauapebas, e a música alternativa foi a que mais se movimentou, tudo isso graças a uma série de fatores que colaboraram para que a cena se articulasse de uma maneira orgânica. As coisas foram acontecendo, os espaços surgiram para dar vazão aos músicos e bandas locais, assim como os eventos contribuíram para isso. Dois locais que destaco que abriram as portas para o fomento da cena musical do municipio, foram:  a Casa Kriô com sua programação bem diversificada e, o Raul Rock Bar que recebe as bandas de rock da cidade. Os eventos do gênero também aconteceram e vieram para somar com a cena; o ano começou com o festival LabRock que veio com uma proposta inovadora incentivando o rock autoral da cidade, a ideia foi tão boa que tivemos uma segunda edição nesse mesmo ano, o LabRock 2 que realizou a primeira batalha de bandas de Parauapebas. Um total de 10 bandas se inscreveram com músicas autorais, fato inédito na cidade, sendo a banda Dioxana a vencedora da primeira batalha. Nessa efervescência toda, surgiu o coletivo Som de Garagem que organizou outros eventos de rock, além da Luau Produções sob o comando do músico e produtor Jairo Ueno e sua companheira Thays Leite que realizaram a segunda edição do Canta Raul que foi sucesso de público. O Reggae também marcou seu espaço na cidade, bandas como Santa Kaya trouxeram toda vibe da cultura rasta com eventos no anfiteatro movimentos e também com as pedras do DJ Daniel Lion Roots, além de outros parceiros que contribuíram com esta nova cena. A FAPRock também foi algo inusitado, pela primeira vez bandas de rock locais tiveram um dia só pra eles na feira de agronegócios da cidade, isso tudo graças a alguns produtores que citarei lá na frente. Mas o que mais destaco é o inicio do amadurecimento na produção musical, músicos e bandas lançaram seus EPs de forma independente, como foi o caso da banda Céus de Abril que teve seu EP lançado por um selo paulista e vem recebendo críticas muito positivas Brasil a fora, e já teve até sua música  veiculada em rádios na europa. Outro que vem trilhando seu caminho é o rapper Diamante que lançou um álbum e recentemente um EP, e atualmente está filmando um documentário sobre sua música que está sendo produzido pela CasaLab para TV Cultura do estado do Pará, Willian Barros conhecido na cidade como grande músico e compositor, vencedor de diversos festivais, começou a divulgar mais seu trabalho pelas redes sociais com a gravação de videoclipes e em breve estará lançando seu EP intitulado O Monstro. Outra que também vem se destacando nas redes sociais fazendo seu dever de casa é a cantora Mayara Faria, a diva pop da cidade, e toda sua equipe da agência Dreams. E aqui também destaco algumas bandas da cidade como Legionários, que realizou mais um belíssimo tributo a Legião Urbana com a produção do competente Deicharles Produções, e bandas que vimos tocando como DPA, Sem Nome, Magnatas, Amazon Rude Boys com o eclético Beto Di Mayo, Rise Above, Midnigth Off Road e o retorno a nossa cidade do produtor e metaleiro Djair que com seus parceiros levaram a AntCorpus para outras fronteiras, além da terra do metal, e também tivemos o Vamberto recebendo o prêmio expressões artísticas 2015 via edital do estado do Pará .  Toda essa movimentação em torno da música local se deve também em função da construção de um diálogo entre os produtores de eventos, que resolveram se auto ajudar, e assim pensaram na criação de um circuito para as bandas e formas de atuarem em parcerias, e um dos grandes fatores de tudo isso também foi o surgimento da CasaLab que veio pra pensar a cena de uma maneira mais profissional e criativa, e ainda tivemos o Playground Studio que trouxe um novo nível para gravação e produção musical da cidade, sob comando de Anderson Melo. E por último destaco os garotos do Yer Blues, guardem esse nome, vocês ainda vão ouvir falar muito deles.

TEATRO

Embora mais um ano termine e o tão esperado Festival de Teatro de Parauapebas mais uma vez não saia do papel, o que destaco tem um peso maior, que é a criação da ATP- Associação de Teatro de Parauapebas que nasceu e está formalmente constituída, saliento aqui um importante parceiro nesse processo, Rubens Moraes Jr, com seu suporte jurídico foi fundamental durante o processo, a associação atualmente segue com sua sede provisória na rua 5, que serve também como espaço de ensaio e reuniões dos seus associados, e vem mapeando os grupos e cias de teatro da cidade, a coordenação está sob a tutelada de Doddy Amancio e sua diretoria. Outro trabalho que precisa ser lembrado é o que vem sendo feito pelo arte-educador e ator Wanderley Lima, que esse ano fez um excelente trabalho com formação teatral, levando inclusive para Serra Pelada e Canaã dos Carajás, é um dos grandes arte-educadores de teatro do Pará. O Pocket Teatro da Kriô teve esse ano uma programação bem legal, o que me leva até a peça ISSO NÃO É SOBRE VOCÊ de Wanderson Costa, que foi elogiadíssima e emocionou muitas pessoas, com certeza a melhor peça de teatro do ano.

ARTES PLÁSTICAS

Toda honra e respeito ao mestre Afonso Camargo que este ano fundou com outras pessoas a Confraria de Artes de Parauapebas, e através disso, resgatou o saudoso Salão de Artes, que em sua segunda edição incluiu a moda, categoria essa que passou a ser considerada cultural através da economia criativa, o Salão de Artes premiou diversas categorias, que destaco melhor pintura, onde prêmio foi para jovem grafiteiro Thiago Tigo, que levou o conceito urbano dos seus trabalhos para o universo artístico das artes plásticas, e na categoria desenho, o premiado foi Sansão, que por sinal é baixista da banda AntCorpus, e flerta muito bem com outras artes, no caso o desenho. E o grafite também teve grande destaque com a trupe da Rale Crew que tem o já citado Thiago Tigo e Gilson Cinco, este último realizou uma vernissage com seus quadros feitos em muros numa exposição intitulada EXPO5 onde comemorava seus 15 anos de atividades no universo do grafite, a mesma foi realizada na CasaLab, a crew tem feito um trabalho que merece destaque, levando mais cores e arte para as ruas da nossa cidade. A volta de Souza Lobo também merece ser lembrada, figura icônica da cultura desta cidade.

CULTURA POPULAR

O Carimbó e a cultura popular fincou de vez seus pés por estas bandas, embora sempre tivemos essas manifestações em nossa cidade, 2015 foi ano em que a cultura popular mais ganhou força, isso tudo graças a dois grupos, que são, o GEC Retumbá e o Raízes Parauara, que saíram às ruas para levar o carimbó e outras expressões do universo popular da cultura paraense para o povo de Parauapebas, e já virou programa de domingo pela manhã a roda de Carimbó do GEC Retumbá e a noite, mais roda com grupo Raízes Parauara, ambos feitos com muito amor e propriedade pelos dois grupos.

FOTOGRAFIA E AUDIOVISUAL

Parauapebas é um celeiro de bons fotógrafos, são tantos e cada um na sua especificidade, mas destaco duas exposições de fotografia, CENAS DA CIDADE do Coletivo 2.8 dos fotógrafos Felipe Borges e Anderson Souza e a exposição ELAS – Faces de todas as faces de Biano Lima. A produção audiovisual ganhou mais uma produtora, a EVO Filmes de Valdivino Cordeiro, que esse ano produziu um documentário sobre a quadra junina, fazendo uma continuação do Gente Que Brilha, mostrando mais ainda a importância dessa manifestação para o cenário local, o filme foi exibido no 7º CurtaCarajás – Festival de Cinema de Parauapebas, aqui faço um parênteses, ( Valdivino teve sua base de formação audiovisual dentro das oficinas do CurtaCarajás em 2012 e no próprio Labirinto Cinema Clube, hoje tem sua própria produtora), quem também produziu um filme que foi exibido no festival foi Felipe Borges, que registrou a manifestação religiosa do Divino em Jacundá em contraponto à história de sua própria família.

E por falar em festival de cinema, contrariando todas as previsões negativas para sua não realização, o Labirinto Cinema Clube dessa vez levou o festival para praça das Casa Populares, além de ser um manifesto, essa atitude proporcionou o acesso à cultura através do cinema para aquela comunidade. Este ano também foi importante para produção de cinema local, Ivan Oliveira, esse que vos escreve, foi convidado para participar de um projeto da TV Cultura, intitulado Sonora Pará, que produzirá 12 filmes sobre música feita no estado, entre os 12 diretores escolhidos pela emissora, Ivan irá representar Parauapebas, e já está filmando com o rapper Diamante FK, e ano que vem teremos mais uma produção local circulando no estado. A CasaLab produziu uma série de conteúdos de mídia audiovisual como alguns clipes para músicos e bandas locais, esta em fase de finalização de um piloto para um programa.

DANÇA

A Arte Vida segue com suas apresentações de dança e teatro, fazendo isso de maneira muito profissional. A Parauabreak é um dos maiores eventos de breaking dance do estado, e tem como produtor, e agora instrutor de Zumba, o b. boy Marcos Play, todas edições do evento são sucesso de público. Volto aqui para os grupos de expressão popular que também atuam com a dança, como Raízes Parauara que participou do Festival Folclórico da Amizade, que este ano foi realizado no Marajó, e representou muito bem Parauapebas, e dessa forma acabou conseguindo articular para que a 20ª edição do festival aconteça ano que vem aqui na cidade.

ECONOMIA CRIATIVA ( essa merece atenção )

Empreendorismo cultural, este ano marca o inicio de um caminho que os produtores culturais deverão seguir para sobrevivência do fazer cultural. Ano passado, através do programa agir criativo houve uma capacitação para empreendedores culturais da cidade, no meio de todo esse processo, quatro projetos foram selecionados para uma incubação, mas isso é uma grande novela que não entraremos em detalhes;  focaremos nos projetos que são a Kriô, Mulheres de Barro, Caldeirão da Cleide e a CasaLab, um dos empreendimentos que não foi selecionado pelo programa, mas segue firme, e talvez no melhor caminho, é o Playground Studio, isso tudo se deve ao seguinte fato:  para empreender com a cultura é preciso, parar, rever os conceitos, planejar e executar. A Kriô tem resistido como espaço de fruição cultural na cidade, sendo um dos poucos lugares onde a cultura alternativa tem espaço, e com sua trupe tem buscado cada vez mais formação através dos intercâmbios que tem feito, buscando sempre meios para coexistir na cena, Mulheres de Barro é uma referencia no artesanato  com fortes ligações com patrimônio arqueológico da região, e não tem como ressaltar essas guerreiras em nome de outra guerreira , chamada Sandra Santos, o Caldeirão da Cleide coloca de vez a gastronomia dentro do conceito cultural da cidade, o talento de mãe e filha na produção da culinária paraense e nordestina é de grandíssima qualidade, Cleide e Camila. Há de se destacar também o trabalho que o pessoal da Morada das Artes vem desenvolvendo com oficinas culturais para comunidade, mais um ponto de fruição cultural pra cidade. E por fim a CasaLab surge como um hub criativo para atuar com a comunicação da cultura e a produção cultural, pensando em estratégias para o desenvolvimentos de seus projetos e termina o ano com um saldo bem diversificado de ações, e está sempre se redescobrindo no universo da economia criativa da cultura. Nenhum projeto serve de modelo para outro projeto, porque cada um no seu universo tem suas especificidades, mas o caminho para empreender na área cultural, sem dúvida passa pela capacitação dos seus agentes, porque por mais criativos que sejamos, sem planejamento não conseguimos fazer funcionar a calculadora, e aí se torna insustentável economicamente, o que nos remete a eterna dependência do poder público.

E MUITO MAIS…

É claro, que muito mais coisas aconteceram, como o próprio festival junino, que sem dúvida é uma das grandes manifestações culturais dessa cidade, em termos de envolvimento popular. Assim como o próprio carnaval,  com o barracão do samba, sob o comando da família Pinto que faz parte da história cultural dessa cidade, assim como Edmilson Barroso que buscou a capacitação  do seu trabalho e foi para as escolas de samba do Rio de Janeiro trabalhar na área, experiência que com certeza ela trará para avenida em 2016.  E tantos outros artistas que não foram citados aqui, mas estão na labuta diária produzindo com muito amor seus trabalhos artísticos. A grande maioria das ações aqui citadas me veem porque de alguma maneira tivemos algum envolvimento, seja direto ou indireto, as vezes como público, as vezes como parceiro, outras como realizador. E tudo isso que foi mencionado mostra o potencial cultural dessa cidade, que é inegável, que nos salta aos olhos, claro que alguns fingem não ver, e isso nem importaria se não fossem justamente as pessoas que mais precisariam saber o que temos de melhor, que não é o ferro, sim, nossa gente.

Um salve a todos nós que acreditamos que é possível a transformação de uma realidade através da arte e da cultura. Que dias melhores nos brindem no próximo ano, e que em 2016 nossas memórias sejam ativadas!

Feliz 2016 para todos!!

#SeguimosFortes #PorUmaVidaMenosOrdinária

Ivan Oliveira recebe prêmio GOLDEN 2015 como personalidade cultural do ano

 

Ivan Oliveira - Personalidade Cultural 2015
Ivan Oliveira – Personalidade Cultural 2015

No último sábado, 19/12, em um evento realizado no Tatersal da FAP, aconteceu a entrega do Prêmio Golden 2015, que homenageia empresas e personalidades de Parauapebas que foram destaques no ano.

Em sua primeira edição, a premiação incluiu a categoria Personalidade Cultural do Ano como forma de reconhecimento público dos artistas e produtores culturais de nossa cidade que tanto lutam para o desenvolvimento artístico e cultural do nosso município.

E o reconhecimento aos serviços prestados na área cultural e como empreendedor da cultura o prêmio foi destinado a Ivan Oliveira, diretor e produtor cultural da CasaLab, primeira produtora cultural de Parauapebas que iniciou seus trabalhos esse ano empreendendo na área da economia criativa através da comunicação integrada para projetos culturais e produção de eventos.

Ivan Oliveira mora há mais de 15 anos em Parauapebas e atua na área cultural desde sua chegada na cidade, um dos fundadores do Labirinto Cinema Clube, coletivo audiovisual que realiza hoje um dos mais importantes festivais de cinema do Pará, o CurtaCarajás que este ano foi pra sua sétima edição.

Formado em Tecnologia da Informática, atua com design, gestor de mídias sociais e produção audiovisual, é um empreendedor da cultura, e faz de sua atividade um meio sustentável para sua produção artística como realizador audiovisual, também luta em defesa das políticas públicas pra cultura no Conselho Municipal de Cultura desde sua criação em 2010.

Este ano, através da CasaLab sua produtora cultural realizou diversas atividades na cidade como festivais de música independente, oficinas culturais, exposições artísticas e produziu diversos videoclipes para bandas e músicos da cidade, atualmente está filmando um documentário sobre música para o projeto Sonora Pará da TV Cultura do estado.

‘’Esse prêmio é o reconhecimento de mais de 10 anos de ações e trabalhos que temos realizados em Parauapebas na área cultural, acredito que a profissionalização da cultura é caminho a ser seguido para que se alcance seu lugar de destaque na sociedade e para que possa ter cada vez mais apoio tanto da iniciativa privada como do poder público, nossa cidade é um grande caldeirão cultural e nossos artistas e produtores culturais estão cada vez mais conquistando seus espaços e  mostrando seus valores, é preciso reconhecer na cultura um vetor econômico, e para tal, é fundamental o empreendedorismo e a profissionalização da mesma, obrigado a todos que reconhecem nosso trabalho, seguimos fortes em 2016.’’ disse Ivan Oliveira.

FESTIVAL LABROCK INCENTIVA A PRODUÇÃO DE ROCK AUTORAL EM PARAUAPEBAS

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Em sua segunda edição, o LABROCK, Festival de Música Independente, trás muitas novidades para as bandas locais de rock e seu público, o festival que nasceu em março desse ano, trouxe para a cidade o universo da música independente, valorizando a produção local e o intercâmbio com bandas de fora do estado, e foi assim que consegui reunir numa noite, 2 bandas de Parauapebas e 2 de São Luís do Maranhão, todas tocando músicas próprias e para um grande público jovem da cidade.

Esse evento também abriu o calendário de ações da CasaLab, primeira produtora cultural da cidade, que surgiu com intuito de dar visibilidade para os artistas da cena alternativa de Parauapebas e região, fomentar a produção local e desenvolver projetos que visem a economia da cultura como vetor de geração de renda para os produtores culturais da cidade.

‘’ O festival nasceu da necessidade que víamos de produzir eventos com as bandas locais e que  fossem direcionado para um público que na maioria das vezes não é atendido pelo grandes shows da cultura de massa, e acima de tudo fazer o diálogo com as bandas, os artistas, produtores e parceiros, para fortalecer a cena rock da cidade, que por sinal tem um público bem grande e merece ser contemplado nos eventos culturais do município’’ afirma Ivan Oliveira, produtor do festival e  diretor da CasaLab.

As novidades desta segunda edição é que agora serão 2 dias de eventos, 26 e 27 de setembro no CDC, sendo que na primeira noite acontecerá shows com bandas locais e da região, que terá seu line up divulgado em breve, e no domingo a batalha das bandas, disputa musical com as bandas locais tocando músicas autorais que receberão o voto do público, a mais votada receberá um voucher para gravação de 01 música no Playground Studio com a produção musical de anderson Melo e a mesma música ainda ganhará um clipe produzido pela CasaLab com direção de Ivan Oliveira, as inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo site www.casalabpa.com , lembrando que as inscrições são somente para bandas locais. Além disso, também no dia 27 acontecerá um campeonato Best Trick Skate (melhor manobra) e um fórum sobre música alternativa e seus desafios.

Serviço

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Local: CDC – Centro de Desenvolvimento Cultural

Dias: 26/09 21h | 27/09 a partir das 14h

Realização: CasaLab Produtora Cultural

Parceria: Secretaria Municipal de Cultura e PlayGround Studio

Acompanhe o festival: www.facebook.com/casalabcarajas

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Céus de Abril faz o lançamento nacional do seu EP – Último Adeus

Céus de Abril

Inspirada na famosa canção, April Skies, do seminal Jesus & Mary Chain, há cinco anos começava a história do trio de Parauapebas, Pará, Céus de Abril

Conexões e referências óbvias com o shoegazer clássico, leia-se MBV e Slowdive aliado a nova geração de gazers como Ringo Deathstarr, Asalto Al Parque Zoológico e Heavïness, o casal Wilson Alencar (guitarras e vozes), Stéfany Martins (sintetizador e vozes) e Renato Araújo (baixo) formam a banda, que como característica peculiar, compõe suas canções em português gerando nuances diferenciadas ao estilo, trazendo uma sonoridade oras sutil em outras poderosa, melodias e letras que remetem ao universo particular da banda, todas as quatro faixas compostas pelo casal Wilson e Stéfany. 

Em 31 de agosto de 2015 vem ao mundo o debute do Céus de Abril, o EP, Último Adeus. Que está sendo lançado pelo selo paulista The Blog That Celebrates Itself Records, do hiperativo Renato Malizia. Uma união mais do que certeira, o shoegazer do Céus de Abril na “casa” do shoegaze nacional, o TBTCI

Fonte: The Blog That Celebrates Itself

Minha Resenha: Começo com o clichê que sou suspeito pra falar por serem meus amigos e ter acompanhado toda a trajetória e o processo de criação desta obra, mas foda-se os clichês, o que temos aqui é uma banda que acredita muito no que faz e aposta suas fichas num trabalho autoral no mínimo inusitado, shoegaze feito aos pés da floresta amazônica, numa cidade operária que tem como única expressão ser uma grande província mineral, e daqui, deste inusitado lugar, surge um trio que tem os pés aqui, mas as cabeças num universo paralelo da música independente. Céus de Abril é uma banda que não precisa provar nada pra ninguém, seu maior trunfo com o lançamento do seu EP de estreia, é justamente celebrar a sua própria música, porém, ah! Porém, vocês são presenteados com um belíssimo trabalho que flerta com a poesia e o barulho.

Feche os olhos e ouça no volume máximo, e seja bem vindo ao céu… Aos Céus de Abril.

Ousadia não se compra na esquina

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Quando foi que perdemos a capacidade de espernear, de gritar, de romper? Não me recordo desta data, nem acho que tudo deva ter acontecido repentinamente, o tempo, senhor do esquecimento e da cura, se encarrega de levar frame a frame nossa história, tão curta as vezes, que muitas vezes, aparentemente soa sentido.

A arte, que há tempo se faz ausente, deveria buscar o que está debaixo da epiderme da cidade, da rua, da pessoa. É preciso retratar esse universo, que existe, que é visível, mas que as pessoas fazem questão de não ver.

Ao posto ridículo de samuray solitário disse adeus, embora, a espada continue afiada.

Ousadia não se compra na esquina, o que me remete a história do filho burguês do palhaço, que em seu leito de morte recebe seu filho, e este, arrependido pelo tempo que destinou o desprezo a profissão de seu pai, lhe dizia a beira da cama:

Pai, me ensina a ser palhaço.

Pai, me ensina a ser palhaço, insistentemente pedia.

Pai, me ensina a ser palhaço.

Isso não se aprende seu bosta!, disse o pai.

 

ISSO NÃO É SOBRE VOCÊ revela o talento e força da nova geração do teatro de Parauapebas

ISSO NÃO É SOBRE VOCÊ

Glauber Rocha costumava dizer que ‘’Arte não é só talento, mas sobretudo coragem‘’, e isso tem tudo haver com novo espetáculo ISSO NÃO É SOBRE VOCÊ da Cia de Teatro Encena, escrita e interpretada pelo jovem ator/diretor Wanderson Costa e com direção de Wanderley Lima, além de uma jovem equipe de atores e técnicos que juntos se apresentam aos sábados às 20h na Casa Kriô.

ISSO NÃO É SOBRE VOCÊ é sobre Nós, os humanos, mas não aqueles que se enquadram nos padrões sociais, culturais, religiosos, sexuais, ideológicos ou filosóficos, e sim sobre aqueles que são a equação sem resposta, os ‘’desajustados’’, os loucos, os que ousam de alguma forma romper os padrões não apenas por romper, as vezes, é só pelo simples fato de contestar o que nos foi sempre imposto, são os que fazem avançar o pensamento e razão humana, e são esses meus amigos , os que deixam seu nome na história e impulsionam a humanidade pra frente, ah, é também sobre o amor e a felicidade.

Com fortes referencias literárias, que vai da literatura marginal a contemporânea, a peça é uma narrativa densa no universo do personagem principal que nos leva a um mergulho na sua intimidade, nos seus desejos, conflitos, e que nos revela a tênue linha entre a loucura e o amor, tendo nisso a sua própria aceitação e o sofrimento que isso proporciona, mas é como disse, também sobre felicidade.

Wanderson Costa, que além de atuar, escreveu o texto que possui referenciais pessoais e observações do microcosmo a sua volta, se desnuda no palco e mostra o amadurecimento de um jovem ator e o desafio de fazer um teatro que não nos faz sorrir, na verdade, entumece os olhos, nos machuca, nos deixa atônitos e nos proporciona uma catarse, sem dúvida um grande nome da nova geração do teatro de Parauapebas.

ISSO NÃO É SOBRE VOCÊ é um espetáculo de teatro com 58 minutos de duração, que com certeza te deixará por mais algumas horas impactado, recomendado para pessoas que acreditam que a arte liberta e aquelas que não acreditam serão libertadas.

 

Serviço

ISSO NÃO É SOBRE VOCÊ – Espetáculo Teatral

Local: Casa Kriô

Realização: Cia de Teatro Encena

Horário: 20h 

Ingressos: R$ 10,00

 

Era uma vez o caos, aí veio dezembro e suas chuvas

Eu já venci, que isso fique bem claro antes de você chegar até o fim deste poema
E se por um acaso for poema
Porque a voz sussurra mesmo é o caos, aquele que nos visita em rotinas
até a chegada de dezembro e suas chuvas
Então vamos lá:

Ele fechou o livro na página 14 e nunca mais o voltou a ler, e o motivo nem era mais o conteúdo do livro, este, já nem mais lembrava.
E não buscou mais nenhuma leitura
Só saiu por aí sem dizer onde ia
Alternou momentos de profunda melancolia e a catarse visceral em outros dias na ambiguidade dos seus pólos
Rotulou-se por vezes numa “filhodaputice” extrema e voltava a ser o criador de si, principalmente diante daquele inocente sorriso
E descobriu, naqueles relâmpagos de sua imersão, que os anos pares não combinam com sua ascendência ímpar
E descobriu que é tão bom aprender, e foi ali, naquele momento, que abriu novamente o livro, já na página 15.

*Feliz2015Amigos

#40

Saltenha e Cerveja Paceña - Bolívia
Saltenha e Cerveja Paceña – Bolívia

DA LEMBRANÇA DO INFERNO

Guardo pouca coisa
A essência do enxofre que vinha da tua boca
E todas as suas maledicências
Além é claro, da saltenha azeda e paceña quente
E foi ali naquele tempo
Que eu pedia a Deus
Se for pra ser que seja agora
Ele jamais me respondeu
Eis me aqui

#39

PLANETA ENGODO
Talvez eu devesse escolher outra galáxia
Uma que fosse bem distante deste planeta
Distante mesmo desta via, quase láctea… Quase azeda

Que me causa uma solidão profunda
Não de pessoas, nem de bundas

Mas de palavras não pensadas
De músicas não ensaiadas
De nenhum plano aparente

Quero uma galáxia, um planeta, um lugar
Onde as redes sejam apenas para o descanso

E nós possamos ser assim… Cheios de defeitos.

//Por Ivan Oliveira – Pbs, 06 de Outubro de 2014.

Dialética 01

Dizem por aí que o mais importante é você tentar,
conseguir requer esforço pleno e merecimento divino.
Eu particularmente acho que o mais importante é voar,
mesmo sobre o risco de cair.
E já caí,
tanto que nem lembro quanto
a certeza sempre é que levanto
Em intervalos que oscilam entre cada queda

Mas você nunca reparou o que estava escrito em minha camiseta amarela.